SOLO SHOW MATRIZ,
THIS IS NOT A WHITE CUBE, LISBON, PT (18 JULY TO 14 SEPTEMBER 2024)
SOLO EXHIBITION
SOLO SHOW MATRIZ,
THIS IS NOT A WHITE CUBE, LISBON, PT (18 JULY TO 14 SEPTEMBER 2024)
SOLO EXHIBITION
SOLO SHOW MATRIZ,
THIS IS NOT A WHITE CUBE, LISBON, PT (18 JULY TO 14 SEPTEMBER 2024)
SOLO EXHIBITION
SOLO SHOW MATRIZ,
THIS IS NOT A WHITE CUBE, LISBON, PT (18 JULY TO 14 SEPTEMBER 2024)
SOLO EXHIBITION
SOLO SHOW MATRIZ,
THIS IS NOT A WHITE CUBE, LISBON, PT (18 JULY TO 14 SEPTEMBER 2024)
SOLO EXHIBITION
PT
A galeria This Is a Not a White Cube apresenta a exposição "Matriz" da artista plástica portuguesa Susana Cereja que reúne 17 obras, maioritariamente inéditas, de entre as quais se destacam as monumentais e icónicas "Matriz", "Boadicea", "Hide & Seek" e "Helia", produzidas pela artista ao longo dos últimos três anos.
A mostra reflete a natureza multidisciplinar de um processo criativo onde a investigação, a diversidade e a versatilidade de meios assumem um carácter preponderante. Através desta, a artista apresenta-nos um olhar renovado sobre a recuperação e desenvolvimento de ancestrais métodos de produção artística, tendo como objeto central o desenho e a técnica do ponto de Arraiolos - tradicionalmente empregues na produção da tapeçaria portuguesa - que a artista recupera para o campo da arte contemporânea, devolvendo-lhe o lugar de excelência outrora ocupado na cultura local.
Etimologicamente, o termo Matriz, que intitula a exposição, encontra raízes na palavra latina "matrix", que significa ventre ou origem e na palavra grega "meter", que significa mãe. Esta raiz etimológica, consagra em si mesmo o ponto de partida para a inteleção ecuménica do trabalho da artista. Configura a base literal e metafórica de uma obra e de uma exposição que têm como esteio e matéria o tema da criação, da génese e da essência nutritiva do feminino.
A artista concebe assim um espaço de conexões intrincadas entre o passado e o presente, apresentando uma obra impregnada de técnica, de tradição, de história e de memória coletiva. Essa técnica decisiva do labor comunitário converte-se neste contexto em veículo de reinterpretação mitológica onde se entretecem histórias de divindades e forças primordiais, concorrendo na contemporaneidade para a edificação alegórica de novos mitos, tecidos no tecido da consciência humana.
Evocam-se narrativas intemporais para despertar os planos da afeição, da transformação, da identidade e do poder, aduzindo a produção da artista como revérbero do processo mítico de contar histórias, onde cada obra aflui como um filamento que concorre para uma narrativa maior e interconectada.
Susana Cereja utiliza a prática, a experiência e as ferramentas da arquitetura como base estrutural para a gestação de cada projeto artístico. Este alicerce arquitetónico preside igualmente à abordagem em "Matriz", conferindo precisão e uma perspetiva singular a um processo criativo intimamente vinculado à dimensão comunitária.
Uma conexão que decorre não apenas da noção e necessidade pessoal de restituição e contribuição através do envolvimento com a coletividade, mas igualmente da própria técnica do ponto de Arraiolos que está no seu ambiente natural, artesanal e ancestral, intimamente ligado ao labor e à construção coletiva da tapeçaria. Para a artista, a dimensão comunitária começa a ganhar vida no estúdio, onde a criação de uma equipa enraizada no seio familiar e no saber, comprometida emocionalmente com a edificação da sua obra, floresce.
"Matriz" é um espaço conceptual onde somos convidados a contemplar visual, emocional e intelectualmente as origens da vida e da criatividade e a reconsiderar as nossas próprias origens e os fios comunitários que nos unem.
A mostra assume-se como o testemunho de um processo criativo heterogéneo e de desdobramento, que a artista tem vindo a empreender desde 2017.
Através dos trabalhos que a compõem, perpassamos, obra-a-obra, as diferentes disciplinas e técnicas que a Susana Cereja foi evocando ano após ano e, exposição adentro, alcançamos, no seu seio, impreriosamente, a obra que lhe dá nome e que na sua compósita complexidade e tridimensionalidade, assume o lugar e condição de génese e de epílogo.
EN
This Is Not a White Cube art gallery presents the exhibition Matriz by the Portuguese artist Susana Cereja, showcasing 17 mostly unpublished works, including the monumental and iconic pieces "Matriz", "Boadicea", "Hide & Seek", and "Helia", created by the artist over the past three years.
The exhibition reflects the multidisciplinary nature of a creative process where research, diversity, and versatility of media play a predominant role. Through this, the artist offers a renewed perspective on the revival and development of ancient artistic production methods, with a central focus on drawing and the Arraiolos stitch technique - traditionally used in the production of Portuguese tapestries - which the artist brings into the field of contemporary art, restoring it to its former place of excellence in local culture.
Etymologically, the term Matriz, which titles the exhibition, finds roots in the Latin word "matrix", meaning womb or origin, and the Greek word "meter", meaning mother. This etymological root serves as the starting point for the ecumenical understanding of the artist work. It forms the literal and metaphorical foundation of a body of work and an exhibition centered on the theme of creation, genesis, and the nurturing essence of the feminine.
The artist creates here a space of intricate connections between past and present, presenting work infused with technique, tradition, history, and collective memory. This discursive technique of community labor becomes, in this context, a vehicle for mythological reinterpretation, where stories of deities and primordial forces are interwoven, contributing to the allegorical construction of new myths in contemporary times, woven into the fabric of human consciousness.
Timeless narratives are evoked to awaken themes of affection, transformation, identity, and power, presenting the artist's production as a reverberation of the mythical storytelling process, where each work flows as a filament contributing to a large, interconnected narrative.
Susana Cereja uses the practice, experience, and tools of architecture as the structural foundation for the gestation of each artistic project. This architectural foundation also guides the approach in "Matriz", granting precision and a unique perspective to a creative process intimately linked to the community dimension.
This connection arises not only from the personal notion and need for restitution and contribution through engagement with the community but also from the very technique of the Arraiolos stitch, which finds its natural, artisanal, and ancestral environment, intimately tied to the collective labor and construction of tapestries. For Susana Cereja, the community dimension begins to take shape in the studio, where the creation of a team rooted in family and knowledge, emotionally committed to the constructions of her work, flourishes.
"Matriz" is a conceptual space where we are invited to contemplate visually, emotionally, and intellectually the origins of life and creativity and to reconsider our own origins and the communal threads that unite us.
The exhibition stands as a testament to a heterogeneous and unfolding creative process that the artist has been pursuing since 2017.
Through the works that comprise it, we traverse, piece by piece, the different disciplines and techniques that Susana Cereja has evoked year after year, and within the exhibition, we ultimately reach the piece that gives it its name and in its composite complexity and three-dimensionality, assumes the place and condition of genesis and epilogue.